Um bom gestor cultural não escolhe causas pelo glamour, mas pela conexão genuína. É fundamental conhecer o problema social que se enfrenta por dois motivos:
- Para dialogar e compreender as necessidades do público. Ele nem sempre saberá descrever o que precisa, mas você, com sensibilidade e escuta ativa, poderá entender e agir de forma assertiva.
- Para manter a motivação e a consistência. A gestão cultural no Brasil enfrenta desafios diários, e apenas a identificação verdadeira com a causa sustenta o esforço e a coragem de transformar realidades.
Quando você escolhe uma causa com a qual tem vivência, evita cair no papel de “déspota benevolente”, aquele que decide pelo outro sem realmente entender sua realidade. Cultura é diálogo, não imposição.
Exercício prático: escreva, por 5 minutos, sobre qual causa toca você de forma mais profunda e justifique os porquês. Esse exercício pode abrir caminhos para projetos futuros mais autênticos.
Quem faz sua roupa
O projeto Happy Clothes Made by Happy Hands, realizado na Índia pela marca The Loom Art, articula moda artesanal, empoderamento feminino e sustentabilidade como um só gesto cultural. Funciona a partir de redes de artesãs, tecelãs, bordadeiras, tingidoras e costureiras que trabalham em suas casas ou em pequenos clusters comunitários, recebendo capacitação, materiais e remuneração justa. Toda a produção é feita sob demanda, com zero desperdício, uso de tingimentos naturais e rastreabilidade completa de cada peça. O grande diferencial está na forma como ele transforma a cadeia da moda em um sistema ético, colaborativo e regenerativo, em diálogo direto com os ODS 1, 5, 8, 12 e 13, entre outros, promovendo trabalho decente, valorização da cultura local, igualdade de gênero e práticas de consumo responsáveis.
Projetos transformadores não nascem só de boas ideias, nascem do encontro entre cultura viva, sensibilidade social e coragem para experimentar novos modelos. O projeto indiano Happy Clothes Made by Happy Hands é um desses exemplos: ele articula tradição têxtil, trabalho digno e sustentabilidade ambiental, conectando tecelãs, bordadeiras e tintureiras que produzem roupas com técnicas ancestrais e impacto atual.
Mais do que moda, trata-se de um ecossistema de cultura e desenvolvimento local, baseado em processos justos, produção sob demanda e zero desperdício. É também um projeto diretamente conectado a diversos ODS da ONU, como o ODS 1 (erradicação da pobreza), ODS 5 (igualdade de gênero) e ODS 12 (consumo e produção responsáveis). Esse alinhamento fortalece sua sustentabilidade institucional, abrindo portas para financiamentos, parcerias e patrocínios com foco em impacto real e mensurável.
Agora, pense no Brasil. Pense no Cerrado, com seus bordados delicados e saberes compartilhados entre gerações. Pense nas tramas do Xingu, nos tingimentos do Vale do Jequitinhonha, nas rendas das quebradeiras de coco babaçu, nos fios de tucum e no couro sertanejo. Quantas culturas tradicionais já tecem resistência, beleza e potência todos os dias, e como a gestão cultural pode melhorar a vida de quem produz essa riqueza?
Exercício prático: Se você fosse criar um projeto de moda sustentável e cultural a partir do seu território, que saberes e práticas você destacaria? Que pessoas você traria para o centro da criação? Comece esse pensamento agora, talvez ele seja o primeiro ponto de uma grande trama de transformação.
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